Furacões do leste te invadem a garganta
e foge o mar calmo do nível de tua alma:
o teu sangue ferve como um gêiser marinho
no segundos contatos de teu parco amor.
Os teus lábios se encrespam como ondas ferozes
procurando outros lábios para sufocar:
e é esse gosto de barro, amassado e cozido,
que te molda a vasilha e contém tua dor.
Tens o gosto da morte em tua boca infantil
e sufoca-te a água e o seu sal e o seu peso
e o seu fundo profundo que não te acalenta.
Não sabes o epicentro do teu remoinho
onde possas deixar os teus olhos, tua boca
e esses lábios tranqüilos que não te procuram |