Álvaro Pacheco  
   
DOS VENTOS
 
 
 
- A JANELA
 

OS VENTOS 

Não há, nos ventos, 
a liberdade da morte, 
embora sejam implacáveis e 
jamais perdoem as folhas secas. 
 

Todos os ventos têm nome 
mas não se conhece nenhum 
de perto, embora 
se agarrem a você 
e desorganizem a harmonia. 
 

Os ventos não têm forma 
mas sabemos todas as suas aspirações 
e os seus amores com o mar e as árvores. 
 

Os ventos não têm a liberdade da morte 
diluídos na essência 
do que nunca aconteceu. 
 

Ashford Castle, Irlanda, julho 92
 
pache06@ibm.net

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  20  de  Agosto  de  1998