2. Ciúme. 3. Melancolia. 4. De joelhos. 5. Simples. |
ZIRMA
Foi em dezembro, no mês bendito,
E foi tão grande minha agonia
Passava a noite...( lembro-me tanto!)
A lua mansa no Céu vogava,
No esquife azuleo, feito a capricho,
O rosto branco da cor de gelo
Ninguém diria que estava morta
Qual uma virgem, pura e singela,
Por sobre o manto, formosa e leve,
Subiu-me aos olhos, em doudo assomo,
Os olhos negros eram dois círios
Ó pobre Zirma, nívea açucena,
Eu precisava de teu carinho
Anjo da guarda, formoso e santo,
Sem estes olhos que a morte cerra,
Nova Cruz - 1897
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CIÚME
Não brinques ao sol, menina!
Não sabes por que, Maria?...
E eu temo que ao ver formoso
Louro, Maria! o repouso
Não quero, flor de minh’alma,
Quando a dor em fúria brusca
E a minha noite mais pura
.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. E agora, santa, avalia
Nova Cruz - Novembro - 1897.
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MELANCOLIA
Sinto no peito o coração bater
Tudo sorri por este campo em flor,
Lutando sempre com uma dor cruel
.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. E o coração no seio a palpitar,
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DE JOELHOS
A Maria da Glória Penna Ajoelhada, ó minh’alma, abraçando o madeiro
Ajoelha e soluça... A noite, mãe piedosa,
Ajoelha e soluça, implorando a alegria
Ajoelha e repete a prece imaculada
Ajoelha e soluça... A dúvida, que importa?
De joelhos, minh’alma, ao pé do lenho santo
Ajoelha e soluça, implorando a alegria
Serra da Raiz - 2 - 1898.
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SIMPLES
Eu amo as minhas lembranças,
A criancinha que chora
E o raio de sol que damos
O pequeno passarinho
As flores - no vil degredo
Terão assim melhor sorte
Ai! tudo que é fraco e triste
Por isso, adoro as lembranças,
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Remetente: Walter Cid