2. Página azul. 3. Noite cruel. 4. Adeus, Gentil. 5. Manhã no campo. |
AO PÉ DE UM BERÇO
A Leopoldina Monteiro. Pensei em ti, Leopoldina, escrevendo estes versos; quero
Dorme, dorme, pequenino
Fecha os olhos, meu filhinho;
Mas não demores, meu filho,
Meu coração é um ramo
Dorme, dorme; de mansinho
Fecha os olhos docemente
Dorme, santinho, as estrelas
Foge da noite aos abrolhos
Olha, meu santo, Jesus,
E a mãe do céu, nos espaços
Recebe o carinho amigo
Às duas mães, n’um sorriso,
Qual dos dois mais luz encerra,
Dorme, bonina nevada,
Dorme e não chores, criança!
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PÁGINA AZUL
A Zulmira Rosa No país de minh’alma há um rio sem mágoas,
Este rio é o meu sonho, um sonho azul e puro,
De um altar que palpita e que sofre e que sonha,
Vem beber, meu amor, neste rio que é fonte,
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NOITE CRUEL
A meu irmão Henrique Morrer... morrer... morrer... Fechar na terra os olhos
Sentir o coração ferir-se nos escolhos
Nem ao menos beijar - ó supremo desgosto! -
E perguntar a Deus na agonia e nas trevas:
Alto da Saudade.
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ADEUS, GENTIL!
A Olindina Medeiros Que manhã feia e escura aquela em que partiste!
Um sorriso divino inundava-te o rosto
Ah! dentro de minh’alma, assim como n’um mar,
Pequenino como és, não sabes compreender
Hóstia loura e formosa, ó meu sonho dourado!
Adeus, meu colibri! adeus, minha saudade!
Adeus! Adeus! Adeus!
Alto da Saudade - 14 de Maio de 1899.
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MANHÃ NO CAMPO
A Maria Nunes Estendo os olhos pelo prado a fora:
Escuto ao longe uma canção sonora.
Por toda parte risos e fulgores
Recorda um’alma diluída em prece,
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Remetente: Walter Cid