2. Gentil. 3. Oração da noite. 4. Pennas de garça. 5. Tudo passa. |
À ALMA DE MINHA MÃE
Partiu-se o fio branco e delicado
Debalde eu as procuro lacrimosa,
Aí! se eu ao menos uma só pudesse
Feliz seria... Mas minh’alma atenta
Natal - Março de 1895.
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GENTIL
A essa criancinha de olhos castanhos e
Como é gracioso e lindo o pequenino louro
Como é gracioso e lindo! Eu cuido ver um sonho,
O seu cabelo guarda a cor serena e doce
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ORAÇÃO DA NOITE
Ajoelhada, ó meu Deus, e as duas mãos unidas,
Maria! Virgem mãe das almas compungidas,
Anjo de minha guarda, ó doce companheiro!
Dá-me o sono que traz o bálsamo ao tormento,
Macaíba - 3 de Abril de 1899.
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PENNAS DE GARÇA
VERSOS DO POVO I Responde-me, ó jurity,
II Não sabes? N’um sonho brando,
III Quando eu nasci, no telhado,
IV Das noites de minha terra
V Meus sonhos andam no mundo
VI Nas noites de lua, eu canto
VII Fazem dois dias que penso
VIII Ó moça dos olhos puros,
IX Meu peito é triste, isolado,
X
Se eu fosse rapaz, pequena,
XI
O nome traz alegrias
XII
“Mentira” - alguém me dizia -
XIII
Entanto, ela é linda e boa,
XIV Mulher é coisa ruim,
XV
De que me serve falar
XVI
Lá vai uma mãe em prantos
XVII
Morrer pequenina ainda,
XVIII Brancos estão meus cabelos...
XIX Nas noites de lua cheia,
XX Eu quero bem às crianças
XXI Quando eu morrer, quero um manto
XXII Eu só adoro na terra
XXIII Repousa lá minha fronte
XXIV Quem dera que eu fosse lírio,
XXV Quando eu morrer, vou assim:
Setembro de 1899.
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TUDO PASSA
I Aquela moça graciosa e bela
Diz que su’alma tímida e singela
Ela não sabe que o desgosto passa
Flávia! nas almas juvenis, formosas,
II
O coração não morre: ele adormece...
Quando tu vais rezar, quando anoitece,
Reza baixinho, ó noiva desolada!
Geme de manso, juriti dolente!
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Remetente: Walter
Cid
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