2. O coração e o beijo. 3. Dadá. 4. Doente. 5.Súplica. |
A JÚLIA
No teu olhar, cheio da luz chorosa
E quando afirmes que não tem começo
E falas a sorrir: “Essa dolente
E se te fito a umedecida boca
Pois é tão mansa a chama destes olhos
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O CORAÇÃO E O BEIJO
Meu coração chorava e eu lhe dizia:
Tu tens a Fé. - A Fé? Mas, o que é d’ela
- Mas tens a Caridade. - A Caridade?
Nisto passava uma criança linda,
E foi beijar-lhe os pequeninos lábios,
Compreendeu, então, o desolado
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DADÁ
Dadá tinha um filhinho muito louro,
Dadá o amava tanto que no mundo
Quanto cuidado e que afeição tão santa!
Desejava que a terra fosse um ninho
Pois se ele era o sorriso de seus olhos
Sorrindo a mãe dizia olhando a terra
E tinha bem razão. O seu Laurinho,
Não consentia que ele um só minuto
E se às vezes a garrula criança
Então cismava cheia de receio,
Se ele morresse, o que seria d’ela?
E entre esperanças e temores francos,
Um dia, ao acordar, Lauro queixou-se
E ele chorava que fazia pena
Dadá beijava aquela mão querida
O triste pobrezinho soluçava
Antes do sol pender sobre o horizonte
Estava louca. D’ora em diante, a vida,
Ela bem vira quando carregavam
Há muitos anos que isto sucedeu,
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DOENTE
A lua veio... foi-se... e em breve ainda,
Ela há de vir, Ofélia desmaiada,
Ela há de vir, sem que eu a veja... Entanto,
Ó lua! mostra-me o teu rosto ameno:
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SÚPLICA
Se tudo foge e tudo desaparece,
Se o sonho chora e geme e desfalece
Se Deus transforma em sua lei tão pura
Se a água do rio para o oceano corre,
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Remetente: Walter
Cid
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