Alexandre S. Santos
Carne e Alma
Contrai o espaço informe
ante o encontrar de vistas;
desperta aquela que dorme,
indica o vero e dá pistas.
Reprimida por vãos simulacros
ruge ferina a paixão liberta;
estertora contra motivos sacros;
transpõe altiva a jaula aberta.
Urge ao abraço do gozo insano,
Reclamando o que se perdeu outrora.
Quer o desfrute do que é humano;
exige a nudez da alma, agora!
E chega o desejo ao cúmulo:
O que brota borbulha, extrapola;
vasa em força que abate o êmulo;
permanece o fruto que não se imola.
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