Alexandre S. Santos



Vê, lá longe, no horizonte? Costumo, lá, deitar meus sentimentos; recosto no mais alto monte a fronte envolta por escarlates momentos. Lá longe, no horizonte. Vê aqueles galhos verdes na herdade? Sob eles brincam minhas fantasias; ornadas de risos, de lágrimas - saudade do que não houve e do porvir - de alegrias. Naqueles galhos verdes na herdade. Vê aquela penugem a bailar no vento? Deposito nela a esperança do encontrar nas vindouras dobras do tempo o amor, como onda que chega do mar. Naquela penugem a bailar no vento. Vê, essa lua, prenhe de lume? Aguarda nossos sonhos num enlace, feito ninho onde se aprume: onde pouse a penugem e morra o impasse. Sob a lua prenhe de lume.


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