Alexandre S. Santos


Por Muito Pouco

E ao léu lançadas buscam sua própria lógica as palavras despropositadas, imbuídas de tarefa lúdica: Socorro! - um lamento ecoante, de fibra tensa, tocada, distendida, balouçante - dizia a lágrima incontida. Socorro! - sentia seu orvalhar no incandescente seio do rosto dissipar os traços do triste olhar - pedia à sombra do sol posto. Socorro! - violentava, o vício, o templo da gratidão em atitude de gozo doentio - pedia, seca, a lágrima, na escuridão. Socorro! - o vácuo famélico, cego, justo, punia o movimento meu, tétrico - já seu lamento não se via. Numa inesperada saída: acorda suarento doidivanas, deixa de sonho, chegou a alvorada; sacode essa modorra insana!


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