Assis Garrido


Trovas

Tic-tac... E a mocidade vai-se, e aparece a velhice... Tic-tac... Ai, que saudade dos tempos da meninice!... O amor, que em sonhos espreito, eu teu coração não medra: Será por acaso feito o teu coração de pedra? Eu era um só. Tu surgiste — e assim ficamos os dois: Depois, eu vi que mentiste, e um só me tornei, depois! Foge-me a tua conquista, vou-me embora, — por que não? — Quanto mais longe da vista, mais longe do coração... Minha filha, pobre rosa, vê quanto sofro, querida, ao pressentir ver trevosa a estrada de tua vida!

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