Branquinho da Fonseca


O Arquipélago das Sereias

Ó nau Catarineta Em que andei no mar Por caminhos de ir, Nunca de voltar! Veio a tempestade Perder-se do mundo, Fez-se o céu infindo, Fez-se o mar sem fundo! Ai como era grande O mundo e a vida Se a nau, tendo estrela, Vogava perdida! E que lindas eram Lá em Portugal Aquelas meninas No seu laranjal! E o cavalo branco Também lá o via Que tão belo e alado Nenhum outro havia! Mundo que não era, Terras nunca vistas! Tive eu de perder-me Pra que tu existas. Ó nau Catarineta Perdida no mar, Não te percas ainda, Vem-me cá buscar!


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