Alfredo Castro


Biografia
(l873-1926)

O dicionário de Raimundo Girão registra a data de nascimento, deste pernambucano-cearense, como sendo o ano de 1872 e alude ao fato de, Alfredo de Miranda Castro, filho do Recife, não lhe tirar "o caráter de legítimo escritor cearense". Tanto é que desde moço identificou-se com o Ceará, dedicando-lhe "estima verdadeiramente filial" e onde começou a sua vida intelectual.

Foi de fato no Ceará, onde chegou pelos vinte anos de idade, que produziu o melhor de sua obra poética", como diz Sânzio de Azevedo. As primeiras letras e os estudos de Direito, foram feitos na terra natal, onde se forma em 1895. Logo partia o poeta para Aracati, no Ceará, onde exerceu o cargo de juiz. Em 1903 está em Fortaleza, ainda a magistratura, para mais tarde ser nomeado Procurador da República.

Ao lado dos poemas, a colaboração na imprensa, onde por vezes exercia a crítica literária e transcrevia suas traduções dos sonetos de Heredia, poeta que o influenciou. O livro de estréia, de 1906, De Sonho em Sonho, mostra a predileção pelo decassílabo de boa feitura e pelo alexandrino, com mais aquele "toque" bem brasileiro do Romantismo, que perdurará por gerações e gerações.

Ao morrer em Fortaleza, no dia 12 de abril de 1926, Alfredo Castro deixou o livro de poemas inédito, Ocaso em Fogo, entregue pela família ao poeta de sua geração, Cruz Filho, "quem escreveu o mais substancioso e justo ensaio sobre sua obra, no dizer de Sânzio de Azevedo que, a partir de 1914, fica como guardião do citado livro.

Acha Azevedo que "nesse livro, sim, está o artista em sua feição definitiva". E ao comparar os poemas do livro de estréia, De Sonho em Sonho, com a produção posterior às traduções de Heredia, conclui o historiador que após a "convivência com Heredia nasceu em Alfredo Castro a assimilação da forma, da dicção / da escola parnasiana francesa". O poeta trocaria o decassílabo pelo alexandrino.

Alfredo Castro pertenceu à Academia Cearense de Letras, Cadeira cujo patrono é Adolfo Caminha.


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