Irineu Filho


Biografia
(l887-1970)

Poeta que gostava de se retratar a si próprio através de versos satíricos, seu livro Maricas & Maricões, de 1912, reúne uma série de sonetos-perfis de figuras importantes, políticos e intelectuais do Ceará.

Mas Irineu Filho assinara os poemas com pseudônimo, como também o poemeto Camelíada, onde satiriza, assinando-se Thé, Milô e Medeiro, os bacharelandos de sua época.

A curiosidade vai por conta ainda de que, sendo Irineu Filho um poeta lírico, com o domínio desenvolto do soneto parnasiano, conhecendo técnicas várias, só quis enfeixar em livros os seus poemas satíricos, ou seja, os volumes já citados. Apanhados de seus outros poemas, fora da linha gozativa e humorística, podem ser encontrados nas obras de Sales Campos (Poesia cearense no centenário/1922), Dolor Barreira (História da literatura cearense) e em algumas antologias.

O próprio livro Maricas & Maricões tem a sua "biografia" gozativa, pois, segundo Renato Sóldon, ele apareceu "nos primeiros meses de 1911" em Fortaleza, assinado por Gilberto Flores. Edição bem cuidada, que tinha como editor uma tipografia de Lisboa, e o livreiro Oscar Araripe confirmava isso. Duas edições se esgotaram logo, "mas somente no correr dos tempos, foi que se soube que o escondido naquele falso nome era o poeta Irineu Filho". E a edição era da Tipografia Soero de Fortaleza.

Na segunda edição do livro, o poeta, "para despistar", fez o seu próprio retrato, O Pigmeu, "miúdo e moreno, rosto de fedelho". No final do soneto pedia que o poeta deixasse as gabolices "de andar passando por Gilberto Flores". Francisco Irineu de Araújo Filho nasceu em Fortaleza no dia 28 de novembro de 1887. Estudou no Liceu do Ceará e formou-se, em 1918, pela Faculdade de Direito do Ceará. Entrando para o funcionalismo público, vai ter carreira brilhante na Fazenda Federal.

Os primeiros poemas de Irineu Filho datam do começo do século, colaborando na revista Boêmia dos Novos (1903) e participando das tertúlias do Grêmio Literário Rocha Lima (1904-1908). Colaborou ainda em inúmeros órgãos literários. Irineu Filho morreu em Fortaleza no dia 31 de Julho de 1970.


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