Mário Linhares


Biografia
(l889-1965)

Ele gostava de assinar seus poemas com pseudônimos de mulheres, Laura Viterbo, Ivone Pimentel, Carmem Floresta, Dolores Beviláqua, "timidamente escondido ", segundo alguns, talvez por ter começado muito cedo a cultivar as musas, mas já em 1912 resolve publicar em livro, com seu próprio nome, a primeira coletânea, Florões.

Mário Rômulo Linhares nasceu em Fortaleza no dia 19 de agosto de 1889. Ao ficar órfão de pai, foi morar com o tio paterno, coronel Francisco Alves Linhares, e fez os estudos primários na Escola Cristã e os secundários no Partenon Cearense. Teve que lutar cedo pela lida, indo trabalhar no comércio, mas não abandonou os estudos, freqüentando as aulas noturnas da Fênix Caixeiral.

Em l906 faz concurso público e é nomeado escriturário do Ministério da Fazenda Nacional, ao mesmo tempo que fundava com alguns amigos a revista Fortaleza, que ficou conhecida nos meios intelectuais.

Por via do emprego, no ano seguinte parte para Belém do Pará, com cargo na Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional. De volta a Fortaleza, funda outra revista, A Jangada. Fora novamente do Ceará, destino Recife e Salvador, Mário Linhares vai publicando seus novos livros de poemas.

No Rio de Janeiro lança Evangelho Pagão, em 1917 enquanto colabora em jornais de Pernambuco e Bahia, tendo fundado em Recife a revista de letras e artes Heliópolis. Estudioso da genealogia, lança alguns estudos sobre a matéria, analisando principalmente a sua linhagem. Ao aposentar-se em 1946, continua a publicar seus livros de poemas, sendo o último de 1953, Ascensão. Ao morrer no Rio de janeiro, no dia 14 de dezembro de 1965, Mário Linhares deixou alguns inéditos, e era membro da Academia Carioca de Letras e Academia Cearense de Letras.

Poeta apreciado por Clóvi:s Beviláqua e Antônio Sales, ele se inscreve, pelo apuro-formal e por uma certa temática telúrica, entre aqueles parnasianos, que tentavam se livrar do epigonismo e dar um toque pessoal aos seus alexandrinos, uma mistura de missas pagãs e paisagens cearenses. De qualquer maneira a poesia de Mário Linhares tem a sua importância dentro do relativismo histórico em que se situa.


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