Bráulio de Abreu



Fim

(Para minha musa morta)
Tu partiste e eu fiquei sofrendo a vida, Pois nosso amor morreu. A desventura Tomou conta de mim, alma possuída Pela desesperança que amargura. Nosso amor foi manhã, quando nascida, E hoje, que se acabou, é noite escura, Ave que tomba pela dor ferida, Sonho que não é berço: é sepultura. Nosso amor floresceu em campo aberto... Hoje, sem mais florir, lembra um deserto Que de lembranças imortais se junca. Tudo acabou, depois de tantos anos. Resta, além de silêncio e desenganos, Minha saudade que não morre, nunca.

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