E um dia, quando eu nada
for,
quando o brilho dos meus
olhos, vazando, se diluir na
terra,
e os vermes corromperem
meus lamentos
e prostituírem
meus melhores pensamentos;
nesse dia, quero que
digas
que ao menos para ti
eu fui um bom.
E que meus olhos sempre
te ofertavam cantigas
quando, nas tardes, vinhas
vaidosa dos pecados que me
trazias.
E beijavas minhas lembranças
boas e más em minha
fronte.
E diluías teu
sorriso em minha boca.
Depois, teu corpo brotava
dos meus dedos,
e respiravas, então,
profundamente...
Dize, e minha sombra não
se abrirá em cruz nas estradas
nuas.
Dormirá tranqüila,
apascentando os seus próprios pecados.
Dize, e o ermo do meu
chão,
onde minha palavra se
tornará pedra
e meu riso se fará
lodo,
será menos ermo
e será menos chão. |