Quero arrancar da funerária lousa
estes dizeres que foram gravados:
"Aqui jazem os restos sepultados
de Cristiano Cartaxo, que repousa".
Que ele morreu, dizer, ninguém mais ousa,
nem que estamos bem longe, separados.
Vivemos sempre, assim, entrelaçados.
Uma família: filhos, pai e esposa.
Que ele partiu, é certo. Sim, é certo.
Mas vive junto a nós, aqui, bem perto
da sua musa magistral e mansa.
Amigo, o poeta é igual ao rio que corre.
Sempre cantando... e, por cantar, não morre.
Por não morrer, ao se deitar, descansa. |