Constantino  Cartaxo

Orgulho Sertanejo
Alexandrinos
                  
 
Não é vergonha, amigo, eu ser um sertanejo... 
e ter, por berço, um chão bem castigado e quente, 
onde os ráios do sol, sem pena, horrivelmente, 
maltratão: terra, flora e tudo mais que vejo. 

            No entanto, no meu Eu perdura este desejo 
            de sempre repetir, e o faço alegremente, 
            sem nunca me abalar, dizendo a toda gente: 
            NÃO É VERGONHA, AMIGO, EU SER UM SERTANEJO. 

                        Pertenço a um povo bravo, "além de tudo, forte", 
                        que eleva o seu TORRÃO, assim, cheio de orgulho, 
                        sem dele se largar. Nem com a própria morte. 

                                    E, quando ela chegar, ou calma ou de repente, 
                                    separe o meu SER d'alma... e, sem nenhum barulho,  
                                    entregue este meu corpo à terra, de presente.

 
                                        
Remetente: Zé Pesado

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  14  de  Maio  de  1998