Constantino  Cartaxo

Bandeira Brasileira
                  
 
 Foi você, Lima Duarte,
 ao começar seu programa,
 quem nos falou que muito ama, 
 com prontidão e com arte,
 aquele belo estandarte,
 que é feito de glórias mil,
 branco, azul-da-cor-de-anil,
  com o seu verde e amarelo, 
 tornando  sempre mais belo
 o Pavilhão do Brasil.
 
 E, por você tanto amá-lo,
 iria fazer questão
 que, daquele dia então,
 sempre nos ia mostrá-lo.
 Não quero prejudicá-lo.
 Será que o Lima mudou?
 Quando você transportou
 seu cenário a outro canto,
 ficamos cheio de espanto.
 A Bandeira não levou.
 
 Nos mostrou cabra, galinha,
 pinto solto no terreiro.
 Nós vimos Leila Cordeiro
 junto do Sorocabinha.
 Também  na tapera tinha,
 pendurados na cabana,
 milho,  viola,   banana...
 E, prá nós, daqui do campo,
 não nos mostrou, nem um tampo,
 da Bandeira tão bacana.
 
 Seu Lima, que história é essa?
 Você tá ficando louco?
 Pois, no sertão, o “cabôco”
 empenha palavra à beça
 e sempre cumpre a promessa,
 nem que ela seja inclemente.
 Por isso, daqui pra frente,
 pra não cair sua fama,
 coloque no seu programa
 nosso Pendão, novamente.
 
                                                                  Cajazeiras,  Julho de 1986
 
        Obs.: Lima Duarte, em atenção a esses versos, 
        repôs a bandeira brasileira no cenário do programa.
                                        
Remetente: Zé Pesado

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  14  de  Maio  de  1998