Casimiro de Brito


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Sobre nuvens mais tranqüilas do que a minha Sombra penso na suprema imperfeição Das coisas — as presentes e as ausentes — Que flutuam: Água que fere ao de leve O coração da terra; destroços De cabanas; breves pegadas de deuxes Balbuciantes. Tomo no pulso a frágil Perfeição do mar, suas barcas. Aproximam-se Do seu pó Tal como eu agora sobrevôo Ilhas atlânticas. A luz e o vento Circulam felizes por entre as ruínas De outras nuvens, poeira, corações humanos.

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