Corbiniano R. Aquino

Pingos d'água
 
Chove. Um ar triste baila pelo espaço.
O sol se esconde amortecendo a frágua
E a terra boa colhe em seu regaço,
Os milhões e milhões de pintos d'água

Vertendo os céus as inocentes báguas,
As enxurradas crescem num ameaço.
Cessam as lágrimas; dá-se a deságua
E tudo se harmoniza passo a passo.

Também no turbilhão da minha vida,
Quando o perfil de certo alguém eu traço,
Meu ser inundam lágrimas sentidas.

E quando dos meus olhos são vertidas, 
Sonho vendo apoiada no meu braço,
A imagem pura da mulher querida.

     
Remetente: Wanderlino Arruda

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