Antônio Cardoso


Árvore de Frutos

Cheiras ao caju da minha infância e tens a cor do barro vermelho molhado de antigamente; há sabor a manga a escorrer-te na boca e dureza de maboque a saltar-te nos seios. Misturo-te com a terra vermelha e com as noites de histórias antigas ouvidas há muito. No teu corpo sons antigos dos batuques à minha porta, com que me provocas, enchem-me o cérebro de fogo incontido. Amor, és o sonho feito carne do meu bairro antigo do musseque!


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