Dílson Catarino

Poema Imortal

Minha vida nada possui de vazio Conheço o silêncio da solidão O indestrutível silêncio do exílio. Meus olhos cruzam campinas silentes O belo encrostando-se nas imagens que criei lúcidas jamais mortas ou recortadas límpidas Sinto que fluem para a verdade. As imagens contempladas dos gestos constroem prazeres Não espero nada que ainda volte de um poço sem fundo. Quero respirar a poesia sem outra dor Sem visões de falsa paz. Mesmo que o tédio amargure séculos Viverei o reverso libertado da morte sem nada deixar sofrer.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *