Ruy Cinatti

Vigília

Paralelamente sigo dois caminhos Abstrato na visão de um céu profundo. Nem um nem outro me serve, nem aquele Destino que se insinua Com voz semelhante à minha. O melhor mundo Está por descobrir. Não seque a lua Nem o perfil da proa. Vai direito Ao vago, incerto, misterioso Bater das velas sinalado de oculto. Quero-me mais dentro de mim, mais desumano Em comunhão suprema, surto e alado Nas aragens noturnas que desdobram as vagas, Chamam dorsos de peixe à tona de água E precipitam asas na esteira de luz. Da vida nada senão a melhoria De um paraíso sonhado e procurado Com ternura, coragem e espírito sereno. Doçura luminosa de um olhar. Ameno Brincar de almas verticais em pleno Sol de alvorada que descerra as pálpebras.


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