Cleonice Rainho


Peixinhos

À beira d'água calminha, o aquário mais natural, eu paro olhando os peixinhos que brilham como cristal. Entre o verde e humildes flores observo meus amiguinhos que, alegres, nadam, entrando e saindo de seus cantinhos. Armo casinha com torres e sobre uma pedra ponho: — é o palácio dos peixes e meu castelo de sonho. A ver quem vai ser o rei, no espelho d'água mirando, de cada qual o jeitinho, com que prazer vou notando! Parece pepita de ouro um pequeno, o Douradinho; magro e comprido o Agulhinha e Bolinha, o gorduchinho. Assim, esses peixes lindos, na manhã vou batizando, mas, vejo que vão e voltam só nadando... só nadando... Sem nomes, sonhos, palácios, fugindo à rede e ao anzol, as nadadeiras abrindo, festejam a luz do sol. Por Isso, ao voltar do rio, me comparo aos amiguinhos tão simples e naturais que querem ser só peixinhos...


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