Carlos Lima


Dístomo

Amor e morte limites em que se move a humana dança A lógica do tempo no mal entendido céu dos geômetras o absurdo de um cadáver que se arrasta pela virulência inútil nos olhos do tempo espreitando os vermes dos dias futuros na cama dos sonhos de ingênuos crimes infantis apaixonado pelo uivo da lua e o vermelho cio das nuvens Amor e morte limites em que se move a humana dança Há neste dia uma ternura de punhais ferindo com mãos obsessivas o esqueleto da noite e não perdoa a imperfeição dos seres Vendi a alma ao diabo não me engano é contra o real, contra o real que na nossa arte conspiramos A insanidade da noite trará o falso lenitivo de um soneto ou essa tranqüilidade de cachorros ociosos após lamber o osso de uma verdade satisfatória?


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *