Clóvis Moura


O Rio Parnaíba

Gargarejo de mortes de afogados e brilho de luar sobre o silêncio ruídos sem barulho de asas brancas invisíveis na esteira do mistério. Embarcações fantasmas com seus remos violando o espelho da corrente e a história dos antigos moradores que perlustraram a estrada do degredo. Nas margens as perguntas os inquéritos o tiro a interjeição e a morte cinza: gargalhada de álcool nas bodegas. A indiferença escorre como gosma e o rio na derrota da incerteza leva faunas estranhas no seu ventre.


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