Neste ano em que comemora três décadas de atividades literárias.
Álvaro Pacheco lança seu décimo primeiro livro, Balada
do Nadador do Infinito, editado pela Record. Inspirado num episódio
real, o suicídio de um homem que, inteiramente nu, mergulhou no
mar e saiu nadando em linha reta até desaparecer ó fato de
que tomou conhecimento pelos jornais ó o autor desenvolveu o tema,
numa série de textos que, juntos, compõem um grande poema.
Em nota que precede a obra, Álvaro Pacheco escreveu:
"Albert Camus disse em um de seus ensaios que o suicídio É
a confissão ó e esta Balada É como a confissão
de vida e morte desse homem. Confissão que ele faz numa instantânea
retrospectiva existencial, enquanto cruza a praia, cumpre o seu ritual
e desaparece no mar, em busca da salvação. Essa confissão
É o tema único deste livro ó e cada poema pretende
ser uma variação sobre ele, numa espécie de lógica
do absurdo, como deve ser a lógica dos suicidas".
Álvaro dos Santos Pacheco nasceu no Piauí, em 1933.
Chegou ao Rio em 1949, formando-se nesta cidade, nove anos depois, advogado.
Atuou no Foro do Rio de 1957 até 1962, quando fundou a Editora Artenova
transformada, em 1969, de editora de revistas técnicas em editora
de livros. Em 1975, ingressou no cinema, fundando a Artenova Filmes
e a Ariel Cinematográfica.
Começou a escrever poemas e contos aos 15 anos. Seus primeiros
trabalhos foram publicados nas revistas A CIGARRA (dirigida por Herberto
Salles e tendo Aurélio Buarque de Holanda e Paulo Rónai na
comissão de seleção), e SINGRA (suplemento semanal
do CORREIO DA MANHÃ). Estreou em livro em 1958, com Os Instantes
e os Gestos, seguindo-se Pasto da Solidão, Margem, Rio Mundo, O
Sonho dos Cavalos Selvagens, A Força Humana, A Matéria do
Sonho, Tempo Integral, Homem de Pedra, Itinerários e Seleção
de Poemas. |