Carlos Menezes

Pacheco, 30 anos de poemas e “Balada do Nadador” 
 
 
                Neste ano em que comemora três décadas de atividades literárias.  Álvaro Pacheco lança seu décimo primeiro livro, Balada do Nadador do Infinito, editado pela Record.  Inspirado num episódio real, o suicídio de um homem que, inteiramente nu, mergulhou no mar e saiu nadando em linha reta até desaparecer ó fato de que tomou conhecimento pelos jornais ó o autor desenvolveu o tema, numa série de textos que, juntos, compõem um grande poema.  Em nota que precede a obra, Álvaro Pacheco escreveu: 

                "Albert Camus disse em um de seus ensaios que o suicídio É a confissão ó e esta Balada É como a confissão de vida e morte desse homem.  Confissão que ele faz numa instantânea retrospectiva existencial, enquanto cruza a praia, cumpre o seu ritual e desaparece no mar, em busca da salvação.  Essa confissão É o tema único deste livro ó e cada poema pretende ser uma variação sobre ele, numa espécie de lógica do absurdo, como deve ser a lógica dos suicidas". 

                Álvaro dos Santos Pacheco nasceu no  Piauí, em 1933.  Chegou ao Rio em 1949, formando-se nesta cidade, nove anos depois, advogado.  Atuou no Foro do Rio de 1957 até 1962, quando fundou a Editora Artenova  transformada, em 1969, de editora de revistas técnicas em editora de livros.  Em 1975, ingressou no cinema, fundando a Artenova Filmes e a Ariel Cinematográfica. 

                Começou a escrever poemas e contos aos 15 anos.  Seus primeiros trabalhos foram publicados nas revistas A CIGARRA (dirigida por Herberto Salles e tendo Aurélio Buarque de Holanda e Paulo Rónai na comissão de seleção), e SINGRA  (suplemento semanal do CORREIO DA MANHÃ).  Estreou em livro em 1958, com Os Instantes e os Gestos, seguindo-se Pasto da Solidão, Margem, Rio Mundo, O Sonho dos Cavalos Selvagens, A Força Humana, A Matéria do Sonho, Tempo Integral, Homem de Pedra, Itinerários e Seleção de Poemas.

 
                                                                            in Jornal O GLOBO, Seção: Livros — 10/11/84
                                  

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de  Junho  de  1998