A pedra fala calada,
bruta como um palavrão
mal criado,
faz rugas onde a chuva
encosta
e desbota-se de exatidão
pelos ruídos por
onde
penetra o pensamento
humanoatravés do vento.
A pedra não sabe
receber o poeta,
o poeta é que
a recebe na mão,
e de poeta em poeta
o mundo virou um pedregulho
de sintomas novos.
Vamos dar analgésico
para as pedras aguentarem
o peso dos homens quando
forem pisadas,
pois todo caminho tem
pedra
no meio da estrada,
e de pedra em pedra
nossa história
está virando
um Muro das Lamentações. |