Pousa tua mão o meu rosto
Como fazia outrora - minha mãe,
Eu sou o mesmo menino antigo
Que te precisa.
A vida, com seu livro aberto diante de nós
Nos contempla, como querendo julgar-nos,
A mim por não ter sido fiel ao teu amor
A ti pelo teu amor incomparável.
Talvez agora, tornado homem, possa eu
Levar-te pela mão devagarinho
Com todo ardor enternecente
Com que me fazias passear nas tardes,
Talvez o mundo que venha a te mostrar
Não sejas aquele que sonhaste para mim,
Mas não faz mal, mãe, eu também me enganei...
Uma coisa porém é fundamental:
Não devemos ficar à margem,
Alheios ou neutros - temos de participar,
Pois todo aquele que lava as mãos
Não enxuga as culpas.
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