António Manuel Couto Viana

Camilo Pessanha II

Em campa rasa, a tampa de granito Afonta-o no brasão de fidalguia, No nome (com Doutor e com d’Almeida) escrito Com erros de ortografia. Quem roubou as correntes que o cercavam de ferro? (Quieto o coração, no temor das algemas.) Quem poluiu e rasgou o lençol do desterro Que lhe envolveu, no enterro, os ossos e os poemas? Ei-lo, já não ali, liberto da prisão, Por fim a deslizar (assim outrora o quis) Sem ruído, a sumir-se como um verme, no chão. E vê treva em um país Perdido de segredo e solidão.


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