Carlos Pena Filho  

A Solidão e Sua Porta 
 
 
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar 
(nem o torpor do sono que se espalha)

Quando pelo desuso da navalha 
A barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

Arquitetar na sombra a despedida 
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.

        
Remetente : Rogéria Tenório

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Página  atualizada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de janeiro de 1998