Carlos Pena Filho  

Retrato do Pintor Reinaldo Fonseca 
 
 
Mas tanta cor não cabe neste espaço
e arrebenta os limites que a circundam
as meninas de luto que aqui dormem
dentro do próprio sono se equilibram

Em tuas mão manchadas de ternura,
pousam brancos pássaros. por isso
falas atrás da sombra, e à luz mais forte
ruminas teu silêncio inquebrantável

Se o que possui o céu de puro e simples
algum dia cair sobre o teus ombros
imperturbável, pintarás um anjo

E nunca mais palavras além da sombra
que o que restar de ti será somente
o profundo silêncio inquebrantável

        
Remetente : Rogéria Tenório

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Página  atualizada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de janeiro de 1998