Carlos Queirós


Desaparecido

Sempre que leio nos jornais: "De casa de seus pais desapareceu. . . " Embora sejam outros os sinais, Suponho sempre que sou eu. Eu, verdadeiramente jovem, Que por caminhos meus e naturais, Do meu veleiro, que ora os outros movem, Pudesse ser o próprio arrais. Eu, que tentasse errado norte; Vencido, embora, por contrário vento, Mas desprezasse, consciente e forte, O porto de arrependimento. Eu, que pudesse, enfim, ser meu — Livre o instinto, em vez de coagido, "De casa de seus pais desapareceu..." Eu, o feliz desaparecido


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