Clóvis Ramos


São Luís

I Em São Luís há sobradões, ermidas que lembram do passado o tempo nobre, a beleza sem par, que não se encobre no silêncio das coisas esquecidas. Pelas ruas estreitas e avenidas, quanta história de amor! Basta se dobre uma esquina e, de novo, rico ou pobre, vibram no coração doces feridas! Ah! tudo em São Luís vira poesia na saudade que vem, terna saudade, que nos maltrata e nos alivia! E sonhando um amor, espero, ainda, rever a terra da felicidade, que tanto quero, com ternura infinda. II Estou em São Luís e, novamente, cantarola em meu peito um amor antigo. Digo num verso comovido e ardente, tudo o que sinto como meu castigo. Por uma rua ensolarada sigo e meu pensar, talvez, ninguém pressente. Ahi meu sonho de amor, que ainda persigo! Ai! saudade que fere ferozmente! Pelas praças, que flores perfumosas! O sol as beija como beija as rosas dos lábios da mulher que se quer bem. São Luís é a cidade da ternura... Em cada canto um sonho meu perdura, perdura, em cada canto, o olhar de alguém.

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