Costa e Silva


Soneto
A morte da ilustríssima senhora D. Maria
Constância Lima Barbosa

Aquele coração, em que eu reinava, O rosto, em que meus olhos se reviam, Os lábios, que a voz doce desprendiam, Que de minha alma os seios penetrava: O peito, que a meu peito eu apertava, Os braços, que amorosos me cingiam, Mil graças, prendas mil, que revestiam O encantador objeto, que adorava. Tudo ao sepulcro foi com Márcia, aquela Que eu tanto celebrei na ebúrnea lira, Na estação juvenil, jucunda, e bela. Márcia! Márcia cedeu da morte à ira?... Oh! como poderá viver sem ela, O amante, que por ela em vão suspira?


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