Chagas Val


O Rio Dentro do Rrio

um rio que se define no próprio espaço da fala um rio dentro do rio no seu leito permanente jardins acesos nas margens o áureo arroz explodindo na manhã leitosa e branca o milho ergue as espigas na terra como um luar o arco-íris entreabre-se em cores azuis-suaves como aves que voassem no redondo silêncio alado. o rio muge entre pedras punhais e pontes mais claras a água canta entre luzes espelhos e alvas manhãs mugindo dentro da noite a foice de suas águas ferindo a face de um espelho e chove dentro da noite no aceso silêncio espesso no espaço aberto da fala o rio dentro do rio deságua no próprio curso no seu uso mais corrente as flores do rio cantam abrindo os olhos nas margens flutua alva a canoa no metal claro da água a lua leve no espaço brota do rio e floresce por entre margens e margens à sombra azul do espelho um fino punhal de prata cravado no próprio peito no leito claro qual pássaro voando dentro do sonho e passa leve a canoa a lua acesa na mata. o ri dentro do rio no curso de suas águas floresce fundo no espelho no alado silêncio vário no seu caminho mais claro é o Longa que se abre à luz tenra da manhã por entre pedras e pás- saros o rio a relva o riacho

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