Da Costa Santos


Pelo Alto Mar

Longe, pelo alto mar, onde a ave não se aninha, rasgando os escarcéus da noite de áureos brilhos, singra silenciosa a doida nau que é minha, pesada de saudade e bambos amantilhos. Um marinheiro canta e no convés caminha, na loucura do mar olhando os tombadilhos, para não sossobrar, sob a onda marinha, essa nau que deixou para traz longos trilhos. Velas brancas de luz no oceano, altaneiras, enfunadas de vento, ao clarão das estrelas, tendo no mastaréu o pano das bandeiras... Toda a glória de amar, em sonhos rosicleres, revive no pavor dos homens das procelas e se afoga em canções no beijo das mulheres.

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