Da Costa e Silva

Sob o Signo da Beleza
 
 
No dia em que nasci, fadou-me Apolo
A uma vida de júbilos e penas;
De ânsias divinas e emoções terrenas;
E eu com este destino me consolo.

Fui pelas Musas embalado ao colo,
Aprendendo no trato das Camenas
A transformar em lírios e açucenas
Os cardos que me ferem pelo solo.

Tendo este dom que eleva e transfigura
Os aspectos do mundo, a alma resiste
Ao lodo da existência amarga e escura...

E esta alegria resignada e triste
É bem de quem no sonho acha a ventura,
Vendo a beleza em tudo quanto existe.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  07  de  Agosto  de  1998