Em frágil barca de ébano e marfim,
De tírias velas côncavas ao vento,
Vago pela amplidão do firmamento
Nas ondas do éter pelo azul sem fim...
Aonde vou nesse estranho bergantim,
Veloz e afoito como o pensamento?
Que céu de sonho, que país nevoento,
Que mundo de mistério busco, enfim?
Nos extremos remotos do horizonte,
Perde-se a barca, espaço em fora, sem
Que com o porto encantado se defronte.
Colho as velas, deito a âncora, porém
Surge na proa o vulto de Caronte,
Com a mão no leme, a dirigir-me: — Além! |