Da Costa e Silva

Como Uma Sombra Luminosa...
 
 
Uma vida de flor ou borboleta
Foi-lhe a existência efêmera e enganosa;
Passou como uma sombra luminosa
De beleza e bondade no planeta.

Na minha solidão de anacoreta,
Surgiu como uma deusa misteriosa...
Era simples e bela como a rosa,
Modesta e singular como a violeta.

Só de vê-la senti toda a inquietude
Que, por encanto, o coração invade,
Quando o amor o desperta, enleva e ilude.

Tive-a a encarnar minha felicidade;
Quis detê-la comigo, mas não pude,
Porque a beleza aspira à eternidade.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  07  de  Agosto  de  1998