Tenho-te sempre a imagem na memória,
Nestes dias de dúvida em que vivo
Com a minha grande dor sem lenitivo,
Meu amor, minha vida, minha glória.
É uma visão nostálgica e ilusória,
Que me ficou, talvez, como exclusivo
E vão conforto ao curso fugitivo
Desta existência incerta e transitória.
Seja, embora, uma sombra imaginária,
A mêmore ilusão que é o meu enlevo,
Já se me vai tornando necessária,
Pois que te pondo em místico relevo,
Evoca, em minha vida solitária,
A efêmera ventura que te devo. |