Da Costa e Silva

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Homem fraco, de espírito covarde,
Não busques outro bem que te conforte,
Nem evites a dor, antes sê forte
Para sofrer sem grita, sem alarde...

Se, acalentando as cinzas frias, arde
Ainda a chama do amor vencendo a morte,
Não te aventures à mercê da sorte
Na ilusão de outro afeto, porque é tarde.

Conserva resignado o que tiveste,
E em teu ser, vivo e eterno, continua,
Pois, sendo humano, se tornou celeste.

E nunca outra mulher a substitua,
Que, se tua alma em vida tu lha deste,
A que vive contigo não é tua.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  10  de  Agosto  de  1998