Da Costa e Silva

A Lâmpada de Pranto
 
 
Tíbia a lâmpada apagava-se
E, antes que o óleo se extinguisse,
Tentei, desolado e triste,
Alimentá-la com lágrimas.

E ei-la com o bojo ainda úmido
De pranto amargo e silente, 
A alumiar para sempre
A solidão do teu túmulo.

Nem o vento frio e ríspido
A chama oscilante apaga,
Porque esta luz é a saudade,
E a lâmpada o meu espírito.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  10  de  Agosto  de  1998