Apraz-me ouvir, às horas vespertinas,
Quando o ocaso desmaia o azul sidéreo,
O longo cantochão das casuarinas
Na religiosa paz do cemitério.
As árvores, em múrmuras surdinas,
De um rumor elegíaco e funéreo,
Falam de coisas mortas e divinas,
Veladas pelas sombras do mistério.
A perscrutar as vozes do arvoredo,
Na ânsia inquietante e céptica do sábio,
Tento, ó Morte! saber o teu segredo.
Mas vejo, no alvo mármore das urnas,
O Silêncio com o dedo sobre o lábio,
Olhando as vagas solidões noturnas... |