Da Costa e Silva

Ao Ver-te, Roseira Triste...
 
 
Roseira cheia de espinhos
Crestada ao frio de junho,
São iguais nossos destinos,
Temos o mesmo infortúnio.

A nossa sorte é a mesma; 
Contrariá-la é debalde,
Pois secaste de tristeza
E eu sucumbo de saudade.

Ao ver-te, roseira triste,
Com os teus desfolhados ramos,
Fico a pensar como evite
O mal que sofremos ambos.

E como não têm meus olhos 
Mais pranto para regar-te,
Tecerei com os teus despojos
Minha coroa de mártir.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  10  de  Agosto  de  1998