Quando eu dormir o derradeiro sono,
As frias mãos de cera sobre o peito,
Quero que, pela alvura do meu leito,
Tombem as rosas pálidas do outono.
Quando, num chão de paz e de abandono,
Eu me for repousar no último leito,
Quero que cubram meu caixão estreito
Todas as folhas lívidas do outono.
Quando eu sonhar, no meu eterno leito,
Quero que as frias lágrimas do outono
Sobre mim rolem num vapor desfeito,
Para que tu, junto ao celeste trono,
Com ar sublime de anjo satisfeito,
Saibas velar meu derradeiro sono! |