Da Costa e Silva

Elogio da Morte
 
 
A morte não me assombra, nem me assusta,
Não me causa arrepio, medo ao menos,
Pois, vendo-a como os mártires, não custa 
Vê-la também como os heróis helenos.

É a mesma deusa redentora e augusta
De sorriso velado e olhos serenos, 
Impassível e fria, porque é justa, 
Mas amável e bela como Vênus.

Sob o véu de mistério em que se encobre, 
Para dos homens se tornar temida,
Vêem-na o rude, o mau, o triste, o pobre...

Mas eu a vejo em mármore esculpida,
Com o eterno semblante calmo e nobre,
Que não muda de aspecto como a vida.

 
 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  10  de  Agosto  de  1998