Como me enleva e quanto me impressiona
Conservar sempre nítido comigo
O teu perfil judaico de Madona
Na iluminura de um missal antigo!
A saudade, que nunca me abandona,
(Oh! sombra de minh’alma, eu te bendigo!)
Fixando a tua imagem se fez dona
Do pensamento em que te dei abrigo...
Para iludir o coração que pena,
No espelho móvel da memória trago
Teu vulto amado, na expressão terrena...
E iluminas meu ser, num sonho vago,
Como uma estrela a abrir-se em luz serena
Sobre a quietude límpida de um lago... |