Deborah Brennand

Anjo da Noite

Dá-me a ilha de Samos como brinde de noivado BENGIERD
E sendo o ser todo ser eu, vetusta ou jovem lusa, dei o meu olhar de claridade à vastidão única das brumas e só no coração uma saudade era de havidos campos, campos quase não vistos, ó enamorado de minha formosura. Sombria ou ruiva foi a cabeleira o pouso da coroa em garras. Abutre no alvor da minha fronte cravando unhas de diamantes assim em disse que as mulheres não deviam usar trajes escarlates. Talvez dez dias e oito noites passassem nas distantes florestas de Lorvão. E o meu reino era cinzento em culpas, o meu legado agouro e mal. Ó enamorado da minha póstuma formosura, por que de mim tão pouco sabes?

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